Uma oportunidade cada vez mais grandiosa que tem acontecido neste período de crise é do contador fazer a gestão do caixa do empresário. Trazer clareza aos números empresariais é o primeiro passo a ser tomado e um dos mais poderosos.
É a partir do caixa que se consegue tomar as melhores decisões. Decisões sobre pagar agora ou postergar o pagamento. Se tenta antecipar, controlar os prazos. O ciclo financeiro, o ciclo operacional. São informações do caixa.
O mestre em Controladoria e Contabilidade e professor da BSSP, Habib Bichara costuma falar que “receita é ego, lucro é sonho e caixa é a realidade”. Ele quis dizer que a prioridade deve ser o controle do caixa. Ter clareza sobre as disponibilidades da empresa de tudo que entrou, de tudo que deixou de entrar, tudo que saiu, de tudo que deixou de sair e dos saldos. Seja os saldos realizados, passados e saldos futuros. Tudo isso sob essa lógica do regime de caixa.
Muitas vezes esse posicionamento pode conflitar com o que foi aprendido nas salas de aula de Ciências Contábeis que pregam que os empresários contábeis precisam sempre lidar com regime de competência.
O regime de competência é importante para aferir resultado. Às vezes uma empresa é lucrativa, mas não tem disponibilidades porque o lucro dela está parado no estoque, porque o lucro dela ficou imobilizado em ativos não circulantes. E são informações que só se consegue chegar nelas se há um controle financeiro. “Lucro é sonho”.
A grande oportunidade é que os contadores avancem sobre o controle financeiro das empresas, sobre o regime de caixa. Porque esse regime de caixa que é o mais claro, o mais fácil para o empresário entender.
E depois que ele entende o regime de caixa, que ele começa a ter clareza, fica mais fácil de apresentar as demonstrações contábeis, de apresentar o regime de competência, de apresentar as partidas dobradas e os conceitos de origem e aplicação do balanço patrimonial.
O objetivo é fazer o cliente evoluir na gestão. Mas isso só vai acontecer se o contador subir o primeiro degrau. E deve começar pelo financeiro. “Caixa é realidade”.

Ainda sobre finanças, um outro ponto é que os contadores orientem seus clientes a ter cuidado com os empréstimos de curto prazo. Há muitos donos de negócios que vão ter de recorrer a empréstimos bancários. Porém há de se ressaltar que banco não é amigo de ninguém. Ele visa lucro. São uma das empresas mais lucrativas do Brasil, inclusive.
Há empresários que utilizam o crédito de curto prazo para comprar ativos não circulantes. Então o empresário pega essa verba de curto prazo para comprar um equipamento, coisas que vão retornar a longo prazo e ele está usando dinheiro de disponibilidade imediata. É um erro muito grave que os contadores podem e devem orientar ao cliente para não cometê-lo.
Todas essas coisas são competências que o contador precisa desenvolver já que muitas das vezes ele não aprendeu durante o curso de ensino superior. Uma ação positiva é acompanhar pessoas que empreendem e que atuam no mercado para se ter essa visão.
Para facilitar a gestão financeira, é importante utilizar uma plataforma em nuvem, que permita registrar as entradas, saídas e saldos. Nós utilizamos o QuickBooks, o maior sistema de gestão para pequenas empresas e contadores no mundo.
O contador pode e deve ajudar a pensar nas finanças da empresas de seus clientes, a enxugar as despesas, custos, a evitar desperdícios. Seja o conselheiro do empresário e o ajude a pensar como ele pode melhorar processos e pessoas dentro de sua organização. Ajudar na gestão.
Todo o esforço que o contador consultor fizer a fim de que a empresa atravesse com mais segurança a fase de pandemia, de crise, será de muita valia na concepção que o cliente formará a respeito.
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